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 A mere prelude

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Vergil
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MensagemAssunto: A mere prelude   A mere prelude EmptySáb Set 20, 2008 11:03 pm

Esta noite está do mais bonita que podia haver. Uma brisa amena flui livremente, e o céu está repleto de estrelas que brilham no alto. A Lua já vai alta, e ajuda a iluminar as ruas, que estão cheias dos tão comuns postes de luz. Eu ando com a maior das calmas pela rua, até chegar a um beco do mais escuro possivel. Olho por cima do ombro, e consigo distinguir uma figura alta, frente a frente com uma porta.

Ando ao encontro dele, e começo a avaliá-lo. Alto, forte e encorpado, limpo de cabelos na cabeça. Envergava a tatuagem de uma suastica nazi de lado no seu crânio, e no seu queixo, uma vasta barba ruiva. Olha para mim, e ergue o sobrolho. Eu sorrio com calma.


Segurança: Convite ?

Meto a mão dentro do meu casaco, e o homem fica apreensivo. Mete a mão atrás das costas, numa medida preventiva.

Vergil (Sorrindo): Tenha calma. Vou tirar apenas o convite do bolso.

Entrego-lhe o envelope, e ele confirma. Acalma-se, e abre-me a porta.

Segurança: Uma continuação de boa noite, senhor.

Agradeço-lhe e entro dentro do edificio. Uma festa de elite, era onde acabara de entrar. Uma festa mais ... pesada, diria eu. Estas festas são dedicadas aos prazeres mais crús da vida, e isso vê-se nos seus convidados. Os seus fetishes, o consumo de dor, alcool, opiaceos ... contudo, não tenho como objectivo divertir-me. Hoje não.

Ando até ao balcão a passo lento, e consigo reparar que muitos dos convidados me olham. Não é sequer o facto de não me conhecerem, é o mero facto de ter vindo a esta festa sem uma mascara, uma faceta, que cobrisse a minha identidade. Estou aqui pelo que sou, e logo descobrirão isso mesmo.

A bartender pergunta-me o que quero beber. Respondo com simplicidade "Um copo de Daniels, dois cubos de gelo." Ela anui automaticamente com um sorriso. Olho para trás, enquanto ela me serve ... e é aí que o vejo, num lanço de escadas. Alto, moreno, cabelo castanho pelo pescoço, com uma barbicha distintiva. Pedro Montalban, 32 anos. Um dos maiores barões da droga europeus, ali, acompanhado dos seus guardas pessoais. O meu alvo.

Ela dá-me o copo, e sorvo naturalmente. Whisky, um dos mais divinos prazeres. Montalban dá ordem a um homem para lhe ir ao bar buscar uma bebida. Este acede no momento, e desce a escadaria.

" Está na hora. " - Penso eu.

O guarda pede a bebida, um mero Martini rosso. Eu viro-me para ele, e cumprimento-o. Ele desvia o olhar, mas tenho meios para o fazer aperceber-se. Tropeço para a frente, e sujo-o de whisky.

Guarda (Irado): Mas que raios é que está a fazer ?

Vergil (Fingindo-se bebado): Peço perdão, devo estar a perder qualidades. Este pequeno copo de whisky parece que me afectou ...

O guarda começa a limpar-se, aborrecido. Quando ele desvia o olhar, deixo cair uma pequena capsula efervescente no copo de Montalban. Deveria chegar. Desculpo-me do guarda, e meto-me a andar.

Enquanto saio, desvio o olhar para a escadaria. Montalban bebia o copo naturalmente. Seria a última coisa que faria. Quando saio da festa, o segurança pede-me o convite. Devolvo-lhe o envelope, que ele queima com um isqueiro. Sigo o meu caminho, e dirijo-me a casa.

Abro a porta do apartamento, e dirijo-me ao quarto. Em cima de uma secretária, um portátil estava ligado. Abro uma linha de contactos, e mantenho o ultimo dialogo que teria com o HQ.

HQ (Numa voz simples): Está feito ?

Vergil: Parece que sim. Uma pastilha daquele veneno seria suficiente para matar um elefante, quanto mais um homem ...

HQ: Muito bem. Alvo terminado. Terás o teu dinheiro depositado daqui a um par de horas. Suponho então, que este seja o nosso adeus.

Vergil: Supões bem.

HQ: Desejo-te então boa sorte no futuro, Vergil. Se quiseres voltar alguma vez aos modos antigos ...

Vegil (Rindo): Sei bem quem contactar.

Vergil desliga o portátil, e deita-se na sua cama. Ao seu lado, um envelope, onde se poderia encontrar uma carta dirigida a ele. Assinada pela direcção da PWA. A sua velha vida tinha acabado de terminar, daria asas agora, a uma nova profissão ...
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MensagemAssunto: Re: A mere prelude   A mere prelude EmptyQui Set 25, 2008 12:28 am

Uma sala ampla, espaçosa. O chão, feito de uma madeira clara, de um tom castanho homogeneo, brilhava intensamente sob a luz de várias lâmpadas. As paredes desta profunda sala, eram de uma madeira mais escura, mas da mesma beleza intemporal que a restante. Todo este cenário exaltava a mais pura calma, a mais pura benesse humana. Quem diria que no meio desta, repousasse tal monstro.

Vergil DeVigo. Sentado de joelhos no centro da sala, aquele homem gozava com a pureza do ser. A sua mera vida, o seu calmo respirar, o batimento no seu peito ... monstruosidades humanas, atentados à vida de outrém.

No seu olhar de anjo, uma besta encarcerada. No negrume do seu cabelo, a mais pura noite de uma alma. Toda a contracção dos seus músculos, calculada ao minimo detalhe, ceifara vidas sem fim.

E que obteve ele ? Que gratificação ? Que prazer ?

Nenhum. Não o fazia pelo dinheiro, embora fosse um homem de larga fortuna. Nem sequer pelo prazer maniaco e demente de se fazer de Deus, e de ser capaz de retirar a vida a alguém.

Não.

Fazia-o porque o precisava. Como todo monstro , o seu objectivo fora tomar vidas. Mas não tinha um propósito, loucura ou demência que o salvasse ou atenuasse os seus actos. Vergil era lúcido, e fazia o que fazia ...

... por fazer.

E enquanto estava ajoelhado no chão, a ouvir a divina música que lhe inundava os ouvidos, não sentia nada. Nem dor, nem fatiga, nem sequer remorsos. Sentia que mudaria a sua vida.

Levanta-se, lentamente. O seu corpo relaxado, a sua mente sã. Abre a porta que se interpunha entre ele e o exterior, e a passadas curtas, sai. É banhado pela luz do Sol, e enquanto olha para o céu, de um azul divinal, da varanda da sua enorme mansão, comprada com dinheiro de sangue, pensa para si mesmo.

" Não tenho perdão de Deus. "

Pensativo, mentaliza-se da sua nova realidade numa federação de wrestling, realidade a qual lhe poderia custar os maiores preços a pagar.

O seu corpo, e a sua alma.
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MensagemAssunto: Re: A mere prelude   A mere prelude EmptyQui Out 02, 2008 1:32 am

O mais puro breu precipita-se sobre o seu olhar. Ele questiona o céu com os seus olhos castanhos liquefeitos, e tudo o que vê é a Lua a brilhar alto, cheia. Na sua mão repousa um copo, onde flutuavam várias pedras de gelo num pequeno mar de whisky. Estende essa mesma mão aos céus, e branda na sua voz profunda e cheia de rancor.

" Dies irae ! "

Sorve um bom bocado da bebida, sem pudor algum. O seu grito ecoa pelas paredes da sua enorme mansão, mas tudo o que ouve a seguir ... é o gritar estridente de um silêncio inebriante. Estava sozinho em casa, como em tantas noites no passado ... e isso pouco o incomodava.

Criados ? Para quê ?

Amigos ? Para quê ?

Mulheres ? Para quê ?

Amor ? Amizade ? Poder ?

...

Para quê ? Complicações ... para quê ?

Pousa o copo no parapeito da janela, e com um movimento só, mete uma aparelhagem ao seu lado a funcionar. As mais belas das sinfonias tocam, e ele entra em transe.

" Mozart ... "

Volta à sua janela, e pega novamente no copo. Recebera noticias da PWA, mais uma vez ... e não se incomodara um bocado que fosse. O seu destino estava traçado. Não nas estrelas, mas sim no sangue.

Não fazia ideia de quem o seu adversário seria ... e não seria isso que iria abrandá-lo.

" Terei o que tiver a ter, contra quem o tiver de ter ... "

Olha pela última vez a Lua, e contempla-a bem, antes de fechar os seus olhos, e se deixar levar pela corrente ...
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MensagemAssunto: Re: A mere prelude   A mere prelude EmptySeg Out 06, 2008 2:30 am

" ... "

Um milhar de pensamentos inundavam-lhe a mente ao entrar naquele edificio. Olhava para as paredes, para o chão, para os trabalhadores. O cheiro do assentar de tijolo, do cimento fresco, das paredes acabadas de pintar. Olhava para os trabalhadores, homens rudes que suavam enquanto labutavam. Tanta cor, cheiro, tanta sensação, ruído ... e nenhum lhe despertava um verdadeiro sentimento. Era oco ... e talvez se devesse sentir triste por isso. Mas não sentia.

Não sentia nada.

Os seus passos eram curtos e implacáveis. A sua indumentária, cara e elaborada, contrastava com a dos trabalhadores. Mas por cada passo que dava, não era para a roupa que eles olhavam. Não era para o casaco negro, abotoado até meio, onde se podia ver por baixo uma leve camisa branca. Não eram os sapatos engraxados.

Eram os seus olhos.

Podiam ser castanhos, sim. Comuns ? Talvez. Mas radiavam com uma falsa calma, um rugir igual ao de um animal selvagem acabado de enjaular. Os homens olhavam para ele ... e baixavam a cabeça.

Brevemente chegaria ao seu objectivo. Uma mesa simples, uma mulher bonita. A recepção do edificio. Ela olha para ele, e este repara nos seus olhos verdes, reluzentes e cristalinos. Repara na sua bela estatura, nas suas medidas ... e nada sente.

" Quantas iguais a esta não arranjaria eu ... " - Pensa ele para si mesmo, sem grande sentimento.

Secretária: Boa tarde, em que ...

Vergil (Interrompendo-a): Vim falar com o senhor Vieira.

Secretária (Aborrecida com o modo como Vergil falava): E tem hora marcada ?

... : Não, não tem. Mas deixa-o entrar à mesma.

Vergil e a mulher olham para o lado, e vêem Vieira à porta do seu escritório. Este volta costas, e dá indicações a Vergil para o seguir.

Vieira (Sentando-se na sua cadeira): Bons olhos o vejam, DeVigo.

Vergil: Escolha engraçada de palavras. Presumo que esteja a pensar no porquê da minha vinda à sede.

Vieira (Rindo): Nem por isso, nem por isso. Veio provavelmente tratar de algo no seu contrato. Não seria, nem será, o primeiro a fazê-lo.

Vergil: A sua perspicácia está bem afinada. Sim, vim tratar de um ponto no meu contrato. Sei que já vem um pouco tarde, mas é algo que faço questão de tratar agora.

Vieira: E que ponto seria esse ?

Vergil: O meu ordenado, em si.

Vieira olha directamente para Vergil, e tosse levemente.

Vieira: Bem, como pode constatar, a federação está cheia de jovens estrelas. Entre elas, está você. Um aumento não pode ser efectuado ainda, sem provas de ...

Vergil: Compreendeu mal.

Vieira: Como ... ?

Vergil: Compreendeu mal. Não vim aqui para lhe pedir um aumento. Vim aqui para lhe dizer que não preciso de ordenado algum.

Vieira olha abismado para Vergil, mas este continua a falar.

Vergil: Quero apenas aparecer nos shows. Lutar, se possivel. Fazer a minha vida enquanto lutador. Ordenado ? Estou bem de finanças, não precisarei de dinheiro durante bastante tempo.

Vieira (Visivelmente abismado): Certo, certo. Não compreendo as suas razões, mas alguma terá. Mais alguma coisa ?

Vergil: Entro no show ?

Vieira (Rindo): É algo que vai ter de ver por si mesmo. Espere. Mas dir-lhe-ia para se preparar, nunca se sabe ...

Vergil: Nunca se sabe ...

Vergil despede-se com um leve acenar de mão, e sai do escritório da mesma maneira que entrou...
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