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 Herói ou Vilão?

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Hardy_Boy
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Número de Mensagens : 8
Data de inscrição : 20/09/2008

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MensagemAssunto: Herói ou Vilão?   Herói ou Vilão? EmptySex Out 31, 2008 8:02 pm




Depois de uma dura derrota no primeiro show como wrestler da PWA, Peter Hardy treinava todos os dias para evitar que tal voltasse a acontecer. No entanto era muito difícil concentrar-se. Havia tanta coisa, tão recente na sua mente… E o seu treinador notava isso, como bom profissional e bom amigo que era. Entre gritos de incitação e de repreensão, observava os fracos e sobretudo desconcentrados murros de Peter no saco pendurado no tecto. O treinador, Miguel, entendia o porque de o seu pupilo estar a bater como uma menina de 5 anos numa barbie. Tinha passado por um mau bocado, mas não o podia deixar usar isso como desculpa para a sua vida se desmoronar. A sua vida era o wrestling, e de momento não ia muito bem. Miguel olhava-o e adoraria entrar na sua cabeça e perceber o que lá ia dentro. Algo que os seus olhos castanhos esverdeados não deixavam prever, mas deixavam transparecer que algo se passava.



Por entre o suor que lhe escorria pela cara abaixo, Peter perdia-se nas recordações tão vividamente gravadas na sua mente, como se agora estivessem a acontecer. Toda a vida desejara alcançar um objectivo, toda a vida se esforçara para provar que estava no caminho certo, que a sua filosofia de vida o levaria a ir para a cama todas as noites de mente tranquila. Honra, justiça, honestidade, sempre fez questão de ter estes valores presentes na sua vida e o wrestling não era excepção. Mas lentamente apercebia-se que as coisas não eram tão preto no branco.


O que fazer quando a escuridão se começa enraizar no nosso profundo ser, no nosso mais intimo eu? Aceita-la de abraços abertos? Lutar contra ela? Aprender a viver com ela? Ignora-la? Peter já se tinha deparado com períodos negros na sua vida, mas ou totalmente negros, ou totalmente iluminados. Nunca antes bem e mal estiveram tão entrelaçados. Talvez fosse assim que as pessoas fossem. Talvez tivesse algum complexo. Talvez toda a sua vida tivesse querido ser um… herói? Talvez tenha sido isso que lhe toldou a visão, talvez seja tempo de se preocupar menos com os outros e mais consigo mesmo… Talvez na sua ânsia de se tornar um herói, se tenha tornado um vilão.



..:: Recordações::..





Policia: Sr. Inspector! Ele quer falar consigo e com o Sr. Hardy.



Peter e o Inspector levantaram-se e entreolharam-se. Nada de bom podia sair dali.



Inspector (dirigindo-se a Peter): Fique aqui.



Peter ignorou o Inspector e segui-o enquanto murmurava “Que piadético…”. Atravessaram a sala cheia de atarefados policias e enveredaram por um corredor. Passaram por várias portas, cada uma delas contendo uma sala de interrogatórios por detrás, até que o Inspector parou diante de uma delas, ao fundo do corredor.



Inspector: Muito bem, se quer estar presente vou ter de lhe pedir que vá para a sala ao lado. É uma sala de espelho duplo, poderá observar todo o interrogatório de lá.



Peter não ficou agradado com a ideia mas acabou por concordar. Não estava em estado de fazer as decisões mais acertadas. Abriu a porta ao lado e deparou-se com um pequeno compartimento, um vidro (que do outro lado sabia parecer um espelho) embutido numa das paredes. Na sala, do outro lado do vidro, o Inspector acabara de entrar. Sentou-se numa cadeira em frente a uma mesa, oposto a um homem de baixa estatura, baldo, imberbe, de olhos azul profundo, usava óculos sustentados por delicadas armações (agora entortadas), apresentava um duro golpe na zona acima do olho esquerdo, faltavam-lhe alguns dentes e tinha ainda um corte no lábio. Vestia um longo manto negro, com carapuço, de momento virado para trás. No centro do peito do seu manto um enorme e vermelho ponto de interrogação. Apresentava uma calma enervante e na face, o rosto de veterano que finalmente encontrara alguém à sua altura e fora finalmente batido. Aquela face era todo o objecto do ódio de Peter Hardy naquele momento.





Inspector: Então, o que tem a dizer Sr. Van Buren? Uma confissão talvez? Tem estado em silêncio desde que aqui chegou, o que é um direito seu. Mas honestamente, se eu estivesse no seu lugar começava a falar, e bem depressa.



Van Buren inclinou a cabeça e olhou para o espelho atrás do qual Peter se encontrava.



Van Buren: Ele não se junta a nós?



Inspector: Aham, vamos falar de si, está bem? Isto não parece muito bem para si…



Van Buren (ainda olhando para o espelho por detrás do Inspector): Medo. Nunca lhe reconheci esse atributo. Deve dizer que não esperava mesmo nada.


Inspector: … acusado de rapto, vários homicídios…



Van Buren rapidamente endireitou-se e olhou o Inspector nos olhos com um olhar penetrante e intenso. Tão intenso, que o Inspector parou de ler a lista de acusações e enfrentou-o para não dar parte fraca. O clima tornou-se frio e tenso e após alguns segundos de silêncio, Van Buren falou pausada e friamente.



Van Buren: Sr. Inspector, eu – nunca – matei – ninguém.


Desta vez o Inspector não conseguiu camuflar as suas emoções e exprimiu uma breve expressão de espanto, para logo de seguida recompor.


Inspector: Ai não? Então o que foi que fez? Levou-os para um piquenique e as coisas correram mal foi?



Van Buren: A sua ironia não muda os factos. Eu dei-lhes as ferramentas para eles se salvarem e em vez isso, eles mataram-se. Foi a acção e a iniciativa de cada um que os fez cometer o suicídio, foi a sua falta de amor à vida, a tudo o que os mantia apegados a ela. Todo e cada caso que tem entre mãos Inspector, são suicídios.



Sorriu. O Inspector permaneceu rígido como pedra e uma gota de suor escorreu pela sua cara.



Van Buren: Analise todas as suas preciosas provas. Desperdice a sua vida a tentar incriminar-me de crimes que não cometi. Eu vejo na sua cara. Sabe que de uma maneira ou outra, eu vou-me safar.



Um Peter Hardy enfurecido saiu da sala do duplo espelho, e irrompeu pela sala adentro.



Van Buren: Ah! Sr. Hardy! Ainda bem que decidiu juntar-se a nós. Por pouco não me desiludia. Sente-se, penso que vai ser uma conversa muito proveitosa.



Peter Hardy fechou a porta atrás de si caminhou em direcção a Albert Van Buren.



Miguel: Peter! Peter! Peter, tem calma! Já chega!



Peter voltara à realidade. As emoções das suas recordações tinham-se apoderado das suas acções, e após o ultimo soco, o saco de treino ficara inutilizável, pois tinha-se rasgado e todo o material no seu interior estava agora de fora. Partiu sem dizer uma palavra. Enquanto Miguel apanhava os restos do saco pensava se devia alegrar-se ou preocupar-se pelo facto do seu pupilo ter ido de menina de 5 anos a Hulk em cerca de 10 minutos.
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Hardy_Boy
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MensagemAssunto: Re: Herói ou Vilão?   Herói ou Vilão? EmptySáb Nov 08, 2008 3:53 am

Um Peter Hardy enfurecido saiu da sala do duplo espelho, e irrompeu pela sala adentro.



Van Buren: Ah! Sr. Hardy! Ainda bem que decidiu juntar-se a nós. Por pouco não me desiludia. Sente-se, penso que vai ser uma conversa muito proveitosa.



Peter Hardy fechou a porta atrás de si caminhou em direcção a Albert Van Buren.




Pousou uma mão em cima da mesa e outra nas costas da cadeira, olhando-o nos olhos.



Peter: Não és, nunca foste e nunca serás o Jigsaw. Aliás é patético venerares um personagem de um filme! É patético que tenhas de te inspirares em alguém que nem sequer existe para te sentires alguém! Queres saber uma coisa? És um falhado e vais acabar na prisão a apodrecer e a servir de p*ta aos tipos lá dentro!



Van Buren (irritado): Queira reparar Sr. Hardy, que os meus jogos são únicos. Não foram copiados de ninguém.



Peter (rindo-se): Olhando para ti, nunca diria que serias capaz de fazer uma figura da lego, quanto mais ter a genialidade de por tudo aquilo em andamento. Tu não és um génio. Tu és um homenzinho ridículo, falhado, frustrado que tirou um curso de engenharia e quis imitar o “herói” do seu filme preferido, tal como uma criancinha.



O inspector chamou dois guardas para acompanharem Peter para fora dali. O que aconteceu depois deixou toda a gente de boca aberta. Van Buren começou a chorar desalmadamente, e dirigindo-se a Peter:


Van Buren: Eu… snif… eu desejo-lhe boa sorte… snif snif… que suceda onde… snif… onde eu falhei…


Dito isto levou a mão esquerda á boca, teve um espasmo e caiu desfalecido, da cadeira para o chão. O Inspector aproximou-se e verificou os sinais vitais. Estava morto. Após uma breve análise do corpo descobriu o que acontecera: um pequeno compartimento no relógio ocultara, provavelmente, um comprimido de cianeto. Mais pormenores só se saberiam depois da autópsia.


Inspector: Bom, já não fazemos nada aqui. Chamem a equipa técnica e levem daqui o corpo depois. Você (Peter Hardy) venha comigo.


O Inspector conduziu Peter para uma sala de interrogatório ao lado.


Inspector: Eu disse-lhe especificamente para ficar quieto! Viu o que fez? Sabe, por acaso, na montanha de problemas em que me vou meter por sua causa?


Peter não disse nada. Ficara extremamente perturbado pelas últimas palavras de Albert Van Buren. O Enigma, o famoso assassino em série, deixava para trás um último enigma. Que ironia…


Inspector: Bom, esqueçamos isso por agora. Você é o último a quem falta prestar declarações sobre os acontecimentos desta (bem longa) noite.



Peter: Já prestei declarações quando lá chegaram. Tenho de contar tudo outra vez.



Inspector: Infelizmente.



Peter: Ok…




..::Algumas horas antes::..




Peter acordou na completa escuridão. Lentamente começou a mexer-se. Pôs-se de pé. Notou que tinha algo atado ao pé. Dobrou-se para apalpar o calcanhar, descobrindo uma bracelete e metal, ligado a uma corrente. Tentou puxa-la sem sucesso. Seguiu-a. A corrente estava presa a um tubo de metálico enferrujado segundo lhe pareceu ao toque. Tentou arrancar a corrente e o tubo, de novo sem sucesso. Tentou permanecer o mais calmo possível.



Peter: Está ai alguém?


Silêncio….


Peter: Olá?! Está ai alguém?



???: Quem está ai? Quem és tu?



Peter: Calma! Qual é o seu nome?



???: Onde é que eu estou? Porque é que me estás a fazer isto?


Peter: Tenha calma homem! Eu não lhe estou a fazer nada! Também não sei onde estou, e não ajuda nada estar nesse estado. Respire fundo e diga-me qual é o seu nome.


???: Gu-Gustavo. Gustavo Santos.


Peter: Muito bem Gustavo, ouça-me consegue encontrar algum dispositivo ou algum interruptor para acender uma luz? Procure bem.


Alguns segundos depois uma luz acendeu-se. Após breves momentos os olhos de Peter habituaram-se á luz e pôde ver que se encontrava numa pequena sala, toda decorada de azulejos que outrora deveriam ter sido brancos, mas hoje em dia estavam imundos. Assemelhava-se a uma casa de banho excepto pelo facto de não ter sanita nem qualquer tipo de lavabos. Olhou pela primeira vez para Gustavo. Um jovem dos seus vinte e poucos anos, crista no cabelo, t-shirt roxa, calças de ganga e apenas uma sapatilha calçada. Peter estava descalço.


Peter: Chamo-me Peter, já agora.


Gustavo olhava em volta, até que a sua visão se concentrou num canto da sala e a sua cara encheu-se de horror. Peter olhou na mesma direcção e susteve a respiração.



Peter acordou, na sua confortável cama, a meio da amena noite, no seu aconchegante quarto. Já estava tão habituado a pesadelos que simplesmente abriu os olhos. Isso assustava-o. Assustava-se de já não se assustar com tudo o que se passara na noite mais negra da sua vida.
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